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Ninguém segura este bonde

O Carnaval já começa na concentração, na Estação dos Bondinhos. Amanhã, partir das 16h, Noca da Portela, Nelson Sargento, Délcio Carvalho, Wilson Moreira e outros fazem shows enquanto esperam a partida do Bonde do Samba rumo a Santa Teresa.

Projeto de lei do nosso mandato inclui este Bonde, que já virou uma tradição, no Calendário Oficial de Eventos da Cidade do Rio de Janeiro. Como o Pagode do Trem, que também transformamos em evento oficial.

O Bonde do Samba quer reviver os antigos carnavais com batalhas de confete quando os foliões lotavam e se penduravam nos elétricos que cortavam a cidade. A partir das 19h, estão programadas rodas de samba no Largo das Neves e no Largo dos Guimarães e rodas de capoeira, jongo e afoxé no Largo do Curvelo.

Três bondinhos partirão da Estação, no Centro, a intervalos de cinco minutos. No primeiro, marchinhas de carnaval ao som da banda do maestro Pelé. No  segundo, uma roda de samba com todos os bambas. E o terceiro é o bonde do Jongo, do Afoxé e da capoeira. Nos três bondes cabem 150 pessoas. Se você não quer perder esta viagem, chegue cedo!

A propósito, o momento é de folia mas não podemos deixar de ressaltar que os moradores de Santa Teresa protestam e reclamam a volta do bonde Dois Irmãos que parou de rodar desde as enchentes de abril do ano passado.

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A Comissão de Avaliação e Prevenção de Acidentes (CAPA), do CREA-RJ, divulgou, ontem, um relatório que recomenda a retirada de circulação dos novos bondes de Santa Teresa, apelidados de Frankenstein. A avaliação técnica da CAPA foi motivada pelo acidente que provocou a morte da professora de português Andréia de Jesus Rezende, de 29 anos, no ano passado, e por denúncias da AMAST (Associação de Moradores de Santa Teresa) sobre falta de segurança após a modernização das composições.

O relatório é claro: “A CAPA conclui, com relação ao acidente, que os novos bondes fabricados pela TTRANS, não deveriam circular até que o projeto seja reavaliado, e todas as possibilidades de danos estruturais de seus sistemas estejam reexaminados quanto a confiabilidade e análise de riscos. A CAPA sugere que antes da liberação do projeto, seja instituída uma Comissão Técnica Independente que elabore um Laudo Pericial das condições de segurança do bonde (…)”.

De acordo com a CAPA, a TTRANS errou ao colocar a caixa de fibra de vidro, onde está instalado o sistema de freios fornecido pela Empresa KNORR-BREMSE, na parte lateral do bonde, “em uma posição onde qualquer acidente por impacto ou outra degradação na sua estrutura, por menor que fosse, poderia fazer com que se perdesse a operacionalidade do sistema de freios.”

Para chegar a esta avaliação precisa, os membros da CAPA ouviram, entre outros, o engenheiro Massimo Andrea Giavina Bianchi – diretor-presidente da TTRANS, responsável técnico junto ao Crea-RJ, o engenheiro eletricista Cláudio Luiz Lopes do Nascimento (CENTRAL) – chefe do Departamento de Manutenção do Sistema de Bondes, o engenheiro de mecatrônica-aplicação, Alessandro Novelo, da empresa KNORR-BREMSE Sistemas para Veículos Ferroviários, e o engenheiro industrial-elétrico Luís Cláudio Alves de Mello – chefe do Departamento de Material Rodante da CENTRAL.

A conclusão do CREA-RJ:
“Após a análise dos depoimentos, projeto e vistoria nas oficinas dos Bondes em Santa Teresa a Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do CREA/RJ conclui:

1. Houve um grave erro no projeto desenvolvido pela TTRANS quanto a localização da caixa de fibra de vidro onde estão instalados os componentes do Sistema de freios projetados e fornecidos pela Empresa KNORR-BREMSE Sistemas para Veículos Ferroviários, chamado comercialmente por KBR11. A caixa foi colocada na parte lateral da estrutura do Bonde em uma posição onde qualquer acidente por impacto ou outra degradação na sua estrutura, por menor que fosse, poderia fazer com que se perdesse a operacionalidade do sistema de freios.

Concluiu a Comissão que se um sistema de freios é componente crucial para a parada de um veículo pesado, como a caso dos Bondes, o mesmo deve estar completamente protegido contra colisões, degradações ou outras influências ou ocorrências que possam levar ao acidente. Como era de conhecimento da Empresa projetista do novo Bonde, o veículo trafega em ladeiras com grande inclinação, ruas estreitas e com grande desordem no trânsito, o que aumenta a responsabilidade sobre a confiabilidade do sistema de freios, incluindo a localização de suas partes, alem da sua eficiência e previsão de acionamentos redundantes em caso de falhas.

2. O governo municipal deve viabilizar um projeto que acabe imediatamente com a desordem urbana em Santa Teresa, fazendo com que se respeitem as características do bairro, mantendo as ruas livres para a circulação segura dos Bondes e transeuntes. As ruas devem ter marcações em seu piso com os limites para estacionamentos de veículos, e fiscalização do cumprimento das normas de segurança a serem implementadas.

3. A grande confusão urbana em que se transformou Santa Teresa, onde carros estacionam em qualquer lugar, o aumento desordenado da população e a permissão de tráfego de veículos com capacidade questionável, contribuiu e continuará contribuindo para novos acidentes, caso não se entenda que o Bonde sempre foi e deve continuar sendo, não o único, mas o principal meio de transporte da população do Bairro, e continuar sendo um patrimônio cultural do povo do Rio de Janeiro.

4. A CAPA conclui, com relação ao acidente, que os novos bondes fabricados pela TTRANS, não deveriam circular até que o projeto seja reavaliado, e todas as possibilidades de danos estruturais de seus sistemas estejam reexaminados quanto a confiabilidade e análise de riscos. A CAPA sugere que antes da liberação do projeto, seja instituída uma Comissão Técnica Independente que elabore um Laudo Pericial das condições de segurança do bonde e seus sistemas mecânicos, com ART no CREA RJ, como parte da aprovação final do projeto e da construção dos equipamentos.

5. Por fim, considerando o Art. 138 do Regimento do Crea-RJ a Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes, encaminha o processo à Presidência deste Conselho que seja encaminhado ao Plenário do Crea-RJ, visando sua manifestação e providências, que julgar cabíveis.

Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2010

Membros da CAPA/2009 e Convidado
Coordenador: arquiteto Fernando Bandeira de Mello da Silva, conselheiro regional, engenheiro mecânico e de segurança do trabalho e engenheiro de operação-mecânica Luiz Carlos Roma Paumgartten,
conselheiro regional, engenheiro de segurança do trabalho, mecânico e de operação-fabricação mecânica Paulo Roberto Sad da Silva, conselheiro regional (convidado) engenheiro eletricista e de segurança do
trabalho Luiz Antonio Cosenza – 1º vice- presidente do Crea-RJ.”

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Sobre os bondes…

Passando adiante a sugestão de Almir Santos, que deixou comentário no blog recomendando a leitura de Bonde, Saudoso Paulistano, de Fernando Portela.

E para quem quer conhecer mais sobre a história do bonde no Rio, sugiro uma visita ao site Overmundo.

Abaixo, no Rio Antigo, toda sexta!, o Rio no tempo dos bondes…

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Rio Antigo, toda sexta!

Repare nas fotos do bonde puxado por burros, na construção dos trilhos e no bonde do carnaval, lotado de foliões.

Uma curiosidade: atribui-se a origem do nome bonde aos bilhetes chamados de bond, emitidos pela Botanical Garden Railroad, que adotou com sucesso o sistema de bonde movido à vapor, em 1868. Mas há pesquisadores que creditam a uma derivação de Eletric Bond & Share, nome de uma das empresas que oferecia o serviço, ou a James Bond, não o 007, mas um cônsul americano que, também em 1868, tornou-se dono da primeira empresa de bondes de Belém do Pará.

Fica aqui a pergunta: você gostaria que os bondes ainda corressem pela cidade como acontece em Lisboa, capital de Portugal?

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Crônica de um desastre anunciado

Não faltou reclamação, aviso, cobrança. Mas a morte, aos 29 anos, da professora Andréia de Jesus Rezende, é irreversível. Infelizmente, o acidente, que também feriu 10 passageiros em um bonde no último domingo, não demorou a acontecer. E já foi o segundo.

No post que publiquei sobre os bondes de Santa Teresa, no dia 26 de maio, dentro de uma série de artigos sobre transportes públicos, alertei para os riscos das novas composições. Ali, informava sobre as críticas e preocupações da AMAST – Associação de Moradores de Santa Teresa – quanto às novas composições que haviam entrado em operação.

Qualquer um que embarque em um dos novos bondes, que ganharam o apelidado de Frankenstein, percebe um sacolejar um tanto estranho, menos estabilidade. De que adianta o secretário estadual de Transportes afirmar que o novo sistema de freio modernizado é mais seguro e segue normas nacionais e internacionais se os fatos não corroboram essa garantia?

Só daqui a quinze dias será divulgado o laudo apontando a causa do acidente. Agora, discute-se a municipalização dos bondes. Mas a questão que se faz premente é a certeza de que os bondes são um transporte seguro. Ser negligente com a segurança e a vida dos usuários é inadmissível e total falta de responsabilidade.

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Documentário conta a história dos bondes de Santa Teresa como o Silvestre que subia até a Estrada das Paineiras mas não circula mais

Documentário conta a história dos bondes de Santa Teresa como o Silvestre que subia até a Estrada das Paineiras mas não circula mais

Parte da história do Rio antigo que sobreviveu, os bondinhos de Santa Teresa são uma das razões do charme do bairro. Recentemente, publiquei post relatando as deficiências deste meio de transporte. Para quem gosta de escutar, ver e andar nos bondes amarelos, deixo aqui uma dica.

Hoje, às 20h, será exibido o filme “Um Bonde Chamado Santa Teresa” que narra a trajetória dos bondes dentro do contexto de transformações do bairro, com depoimentos curiosos de quem já se pendurou nos estribos, de artistas a moradores. Mostra também as estratégias da comunidade para evitar a extinção do elétrico. O documentário foi dirigido por Jorge Ferreira – autor do livro “A história vai ao Cinema”, da editora Record.

A exibição será em frente ao Bar do Gomes, o Armazém São Thiago, que fica na Rua Áurea, 26, em Santa Teresa. Onde o bonde literalmente faz a curva…

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Foi em 1916 que Santa Teresa viveu o apogeu do sistema de bondes. Havia quinze carros em circulação permanente, de um total de 35. Hoje, após anos de sucateamento e descaso dos últimos governos, são apenas três correndo nos trilhos do bairro com intervalos que podem chegar a meia hora.

Recentemente, foi prometida uma modernização, entretanto, o processo vem sendo duramente questionado pela Associação de Moradores do bairro, a AMAST. Esta semana, mais uma composição “modernizada” deve entrar em operação. Previsão otimista de funcionários da Central (Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística) dá conta de mais três até julho. Mas o que parece uma boa nova pode ser um “presente de grego” pois traz, no seu bojo, a ameaça de privatização do sistema com o provável encarecimento da tarifa que hoje custa R$ 0,60.

Há quatro anos, quando a TTrans venceu a licitação para a reforma dos trilhos e dos bondinhos, com financiamento de R$ 14 milhões do Banco Mundial, foi anunciado que o bairro ganharia 14 novos carros. Segundo a AMAST, os que chegaram foram apelidados de Frankenstein por serem muito mais pesados, descaracterizados de suas feições históricas, sem estabilidade e sem condições de trafegar. A mudança tecnológica, protesta a entidade, não condiz com o bonde popular, que é muito mais resistente às vias instáveis, compartilhadas com ônibus e carros.

A Secretaria Estadual de Transportes já divulgou que pretende apresentar até o final do primeiro semestre um estudo do modelo de concessão com novo valor da tarifa. O secretário de transportes Julio Lopes já afirmou publicamente que “no modelo de concessão que temos nos trens, barcas, no Metrô e o nos ônibus, temos experimentado avanços no antendimento à população e redução de custos”. A julgar pelo panorama do sistema de transportes, a inclusão dos bondes neste “modelo” só aumenta minha preocupação sobre o funcionamento dos bondes.

A AMAST teme que a tarifa de R$ 0,60 venha a ser reajustada para até R$15,00, o que transformaria uma forma de locomoção barata em passeio de turista. Nada contra este aprazível programa turístico, mas o bonde é meio de transporte público e ponto final. Participamos de várias reuniões com a AMAST e constatamos que os moradores tem uma lista de reivindicações com vistas à garantir a sobrevivência eficiente deste transporte centenário:

– volta imediata dos 14 bondes restaurados,
– obra de qualidade em toda via permanente,
– formação de uma empresa pública para gerir com eficiência e visão social este meio de transporte,
– gratuidades garantidas de forma integral,
– horário de funcionamento de 5h às 24h, com intervalo máximo de 10 minutos,
– sistema de integração do bonde com outros modais para toda a cidade com bilhete único.

Enquanto isso, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente anuncia investimentos de R$ 1milhão para reativar a linha Silvestre onde o bonde faria conexão com o trem do Corcovado, como no passado.

Mas antes de nos brindar com novas promessas, queremos a garantia de que este antigo veículo de transporte voltará a ser eficiente e continuará a ser acessível à toda a população.

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Um toque de nostalgia para alimentar nossa crença que o Rio é uma cidade maravilhosa…

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