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Feliz Natal carioca!


Este presépio, batizado “Ele nasce em todos os lares”,  está exposto no Jardim de Alah, divisa entre Ipanema e Leblon.  Foi concebido pelos artistas Clébio Freire, Sandro Raimundo,  Cláudio Veiga, Bill de Oliveira, Leandro Ferreira e Francisco Murta, da oficina de alegorias e adereços PlanSeq, da Cidade do Samba, que é responsável por formar profissionais que atuam no Carnaval.

Dá até para ouvir o samba de breque…Um Feliz Natal com sotaque totalmente carioca!

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A cidade do Rio de Janeiro tem que se orgulhar, e muito, de ter sido o local onde o samba se consolidou – sem querer entrar nas polêmicas acerca da naturalidade real do gênero -, e onde temos o maior numero de sambistas, compositores, músicos… Enfim, a capital do samba é a nossa Cidade Maravilhosa.

E neste dia 2 de dezembro, comemoramos o Dia Nacional do Samba. A data, inventada por um vereador de Salvador na década de 40, é fruto de um fato curioso. O parlamentar quis homenagear o mineiro Ari Barroso dando ao Dia do Samba a data em que o compositor mineiro, que muito bem cantou a Bahia, pisou pela primeira vez em solo baiano.

Aqui no Rio, a data é comemorada principalmente por um grandioso evento. Trata-se do Pagode do Trem que sai da Central do Brasil rumo a Oswaldo Cruz com os vagões dos trens lotados de sambistas cantando até a estação da escola de coração de Paulo da Portela, que nos anos 30 já fazia dos vagões dos trens um lugar para tocar samba e se esconder da repressão que o gênero sofria nesta época. Desde 1998, o Pagode do Trem faz parte do calendário oficial da cidade  através de uma lei de minha autoria.

Mas, neste ano de 2010, o mês de dezembro tem uma importância muito maior para a cidade do que apenas o Dia Nacional do Samba. Em dezembro de 1910 nasceu, em Vila Isabel, Noel Rosa. Um gênio que em apenas 26 anos e 4 meses de vida deixou um legado de mais de 200 obras de excelente qualidade. Poucos são os compositores que conseguiram juntar tanta qualidade em grande quantidade, e Noel foi um deles.  Sua marca principal era fazer crônicas cheias de humor, denunciando e ironizando mazelas e costumes, principalmente da nossa cidade.  Sabia também falar de amor, e das desilusões que sofreu ao longo da curta vida. Clássicos como “Pra que Mentir” e “ Ultimo Desejo”  são exemplos de sua conturbada vida amorosa, que pode ter rendido a ele muita dor, mas por outro lado quem ganhou foi a música brasileira com músicas maravilhosas.

Foi um dos grandes boêmios da cidade nos anos 30. Vagava pelos bares juntando histórias e fazendo sambas em parceria com outros grandes sambistas. Fez músicas com Ari Barroso, Cartola, Braguinha, Ismael Silva, Bide, Orestes Barbosa, Wilson Batista, Vadico – seu maior parceiro que completaria 100 anos em junho deste ano-, entre vários outros.

Noel foi também um dos pioneiros a fazer um elo entre a, já naquela época, “cidade partida”. Vindo de uma família de classe média – chegou até a estudar Medicina-, Noel fez grandes amizades nos morros cariocas, principalmente na Mangueira onde morava um de seus melhores amigos, e parceiro, Cartola. Subia com frequência o morro, e adorava o subúrbio da cidade.  Era apaixonado pela sua Vila Isabel, onde nasceu e viveu praticamente toda a sua vida, porém, foi a Penha o bairro mais cantado em sua obra.

Mas o que mais chama atenção na obra desse gênio é mesmo a forma cômica com que narrou a vida cotidiana, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, e como denunciou problemas sociais como a fome, a corrupção, o machismo…

Muito pouco se falou sobre o centenário de Noel. O Poder Público não preparou festejos à altura do que o Poeta da Vila merece. Deve ser porque a prefeitura se preocupa muito mais em colocar guitarras do Rock In Rio em várias esquinas da cidade, para um evento que só vai acontecer daqui a um ano e será bancado com investimentos públicos de leis de incentivo, cujo ingresso custa absurdos R$190,00.  A prefeitura não demonstrou interesse em gastar com a memória do compositor que fez a canção “Cidade Mulher”, esta linda declaração de amor à nossa cidade:

Cidade de amor e aventura
Que tem mais doçura
Que uma ilusão

Cidade mais bela que o sorriso,
Maior que o paraíso
Melhor que a tentação

Cidade que ninguém resiste
Na beleza triste
De um samba-canção

Cidade de flores sem abrolhos
Que encantando nossos olhos
Prende o nosso coração

Cidade notável,
Inimitável,
Maior e mais bela que outra qualquer.
Cidade sensível,
Irresistível,
Cidade do amor, cidade mulher.

Cidade de sonho e grandeza
Que guarda riqueza
Na terra e no mar

Cidade do céu sempre azulado,
Teu Sol é namorado
Da noite de luar

Cidade padrão de beleza,
Foi a natureza
Quem te protegeu

Cidade de amores sem pecado,
Foi juntinho ao Corcovado
Que Jesus Cristo nasceu

Certamente em seu centenário, Noel Rosa ficaria muito mais feliz se em cada esquina houvesse um violão, pandeiro ou cavaquinho do que uma guitarra gigante.

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Para além do grande compositor, Walter Alfaiate era amigo e colaborador do mandato. Foi dele a ideia de batizar a Praça Mauro Duarte, área que fica na confluência entre as ruas São Manuel e Fernandes Guimarães, em Botafogo. Uma homenagem justa ao sambista mineiro, autor de “Canto das Três Raças”, imortalizado na voz de Clara Nunes. Depois de mudar-se para Botafogo, Mauro tornou-se figura musical ali, onde era presença cativa nos blocos do Jerico, Funil de Botafogo e Gaviões e nas escolas de samba São Clemente e Estrela de Botafogo. Se Mauro ganhou a vida também como ourives e bancário, Walter Alfaiate escondia no nome sua profissão. Aliás, guardarei, como herança, ternos cortados por ele. Sambista querido e cultuado, vale registrar que Walter compôs mais de 200 sambas, foi descoberto apenas na década de 70, por Paulinho da Viola (que dele gravou “Coração Oprimido”) e só conseguiu gravar o disco “Olha Aí”, lançado em 1998 pelo selo Alma, produzido por Aldir Blanc e Marco Aurélio.

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